UERJ preto no branco
No calendário, o mês de julho já está chegando ao fim, marcando o início do segundo semestre. Mas para a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) o ano ainda nem começou. Abandonados pelo Estado, sem o repasse de verbas para o custeio de serviços básicos, como limpeza e segurança, os bancos das salas de aula de lá andam vazios. Abandono é o pensamento que ecoa pelo prédio de concreto do Maracanã, com suas rampas e corredores enormes. Mesmo assim, a comunidade que frequenta a universidade busca formas de resistência. Na semana passada, professores, alunos e funcionários se posicionaram nas mídias sociais e, com a hashtag #somosuerj, publicaram denúncias e depoimentos mostrando a faculdade como um local de educação de excelência, inclusão social e convivência democrática. Seminários e palestras ocuparam auditórios da casa durante os longos meses de paralisação.
Durante as Olimpíadas, o estacionamento da Uerj vai ser usado como opção para quem pretende assistir aos Jogos. O estádio do Maracanã, ali ao lado, vai sediar as cerimônias de abertura e encerramento, além de partidas de futebol. Na sexta passada, o fotógrafo Ariel Subirá andou com sua câmera por lá e, em um ensaio fotográfico, registrou cenas de protesto e imagens do vazio que toma conta dos corredores. Nas vésperas do evento esportivo, enfim, uma equipe de limpeza chegava para ensacar o lixo acumulado.
texto; Renata MAgdaleno